CC - Universidade e Contexto Planetário - Profº Humberto (2018.1)

Fichamento analítico sobre o relatório: 
"Uma Economia para os 99%." (2017, Oxfam) 
O relatório da Oxfam do ano de 2017 faz análise a desigualdade econômica e os fatores que a impulsionam. Tem como busca, sobretudo, promover uma economia humana capaz de beneficiar todas as pessoas, e não apenas algumas. Assim, de acordo com o conteúdo apresentado, é possível se observar com maior facilidade a propagação de dados e análises sobre a desigualdade econômica que assola o mundo a cerca do detalhamento das informações disponibilizadas pelo autor. 
Dessa maneira, as análises apresentadas no documento da Oxfam consolidam avaliações e evidências disponíveis sobre o desequilíbrio econômico e sua relação com a pobreza, além de levantar evidências da vinculação entre as atividades de grandes empresas multinacionais, de indivíduos super-ricos e a desigualdade sócio-ecoômica. Nota-se também que a Oxfam usa os dados mais atuais sobre a distribuição da riqueza para desenvolver estatísticas que despertem interesse para como a riqueza está sendo distribuída e as relacionam com circunstâncias contemporâneas.
Conhecer alguns argumentos sobre desigualdade social entre as classes, defendidos pelo intelectual Karl Marx, contribuiu para assimilar as informações abordadas por Oxfam também, pois Marx relaciona a desigualdade social atrelada necessariamente ao modo de produção capitalista que não é justo, não é igual, o que possibilita para um processo de desigualdade muito intenso. Então, o modo de produção que visa o lucro, através do acúmulo de capital, da exploração de trabalho, da sonegação de impostos, do preconceito de gêneros, tanto na visão marxiana, quanto nas informações apresentadas por Oxfam possibilitam os leitores a entender os verdadeiros motivos que favorecem para essa desigualdade se estabelecer em nossa sociedade.
Oxfam alerta também que se nada for feito para combatê-la, a desigualdade crescente pode desintegrar nossas sociedades, pois a mesma favorece o aumento da criminalidade e da insegurança e mina o combate à pobreza, capaz de gerar mais pessoas vivendo com medo do que com esperança. A desigualdade social é elemento cada vez mais presente no cotidiano, e no cenário brasileiro, este fenômeno tem se caracterizado como marca dos grandes centros urbanos, consequências da má distribuição de renda, da alta taxa de desemprego, da precariedade da saúde, educação e segurança pública, elementos que são capazes de congregar no nosso sistema, diferentes grupos sociais
com interesses econômicos, políticos e sociais antagônicos e os problemas que enfrentamos e estamos sujeitos a enfrentar, alcançam dimensões cada vez maiores. Neste sentido, investir no fortalecimento do sistema educacional é considerado uma alternativa fundamentada, pois a desigualdade não é exclusivamente limitada à renda, e sim as oportunidades distribuídas incorretamente, e diante de desafios e limites a educação pode surgir como favorecimento de maiores oportunidades e contribuir para a ascenção social, além de contribuir diretamente para a formação de um espaço cotidiano mais justo.
A Oxfam apresentou seis premissas predominantes do discurso econômico. Cada uma dessas premissas foi detalhadamente descrita no intuito de demonstrar que são, na verdade, profundamente falhas, sempre com base em conceitos e dados que revelam suas limitações e a necessidade de serem cuidadosamente analisadas, uma vez que destaca que o mercado está sempre certo e o papel dos governos deve ser minimizado, que as empresas precisam maximizar seus lucros e retornos para acionistas a todo custo, que a riqueza individual extrema é benéfica e um sinal de sucesso, e a desigualdade não é relevante, que o crescimento do PIB deve ser o principal objetivo da formulação de políticas, nosso modelo econômico é neutro em relação ao gênero e que os recursos do nosso planeta são ilimitados.
 O segmento final do relatório lança as bases para uma narrativa econômica alternativa, baseada em oito princípios desenvolvidos pela Oxfam ponderando a economia e propondo modelos empresariais alternativos. Cada princípio é descrito em termos de valores e objetivos que não estão manifestos, mas implícitos e, sempre que possível, são apresentadas evidências no relatório de como esses princípios podem ser aplicados na prática e suas respectivas capacidades de reparação da esfera sócio-econômica. 
Portanto, o relatório “Uma economia para os 99%” procura consolidar o que a Oxfam sabe sobre os problemas ocasionados pela desigualdade extrema e sugere como a economia global e as economias nacionais podem ser reformuladas e redirecionadas para um caminho mais íntegro, nos quais indica que governos responsáveis e visionários, empresas que trabalham no interesse de trabalhadores e produtores, que valorizem o meio ambiente e os direitos das mulheres, e um sistema robusto de justiça fiscal sejam elementos fundamentais para essa economia mais humana. Assim, a Oxfam empodera o anseio por melhores condições de vida e permite buscar a construção de uma sociedade cada vez mais justa. 

  REFERÊNCIA: 
 http://moodle.ufsb.edu.br/moodle/pluginfile.php/34696/mod_resource/co ntent/1/economia_para_99-sumario_executivo.pdf  Uma Economia para os 99%. (2017, Oxfam)

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