Leituras complementares

RESILIÊNCIA: O CAMINHO PARA CONQUISTAS!

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"Trabalhe sua resiliência, busque maneiras de lidar com situações difíceis, aprenda a superar seus erros e alcançará resultados que por vezes considerou impossível, pois diferentes do que alguns autores defendem, eu acredito que esta é uma característica que pode sim ser aperfeiçoada a cada dia, afinal repensando toda sua trajetória pessoal e profissional você já não superou algo que a princípio acreditou que não conseguiria? Assim como uma flor que nasce nos lugares mais improváveis e agracia os olhos de quem vê, seja você também e supere suas dificuldades e agracie-se com suas conquistas." 
“A dor é inevitável. O sofrimento opcional.” (Carlos Drummond de Andrade)

Por: Karine Bighelini

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No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte.
Leandro Karnal
"A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.
Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz.
Cheguei a essas conclusões por já ter errado. Arrependo-me de críticas passionais. Tomei consciência de que dois ou três temas mexem tanto comigo, que a objetividade tende a diminuir. Questões ligadas ao racismo, à violência contra mulheres e à educação implicam uma carga emotiva forte para mim. Hoje, quando vejo que o debate roça nisso, submeto-me a redobrada atenção para evitar fazer aquilo que estou reclamando em outros.
Reconhecida minha imperfeição, reafirmo: assusta-me a virulência da internet. Há pessoas que querem fazer sucesso a qualquer preço e cimentam a estrada com palavrões. Acreditam que agressões com palavras vulgares e apelidos sejam um grande impacto. Estão corretos: causam impacto, mas vulgaridade é simples concussão.
Suponho que alguns apresentem sintomas ligados à chamada síndrome de Tourette. Georges Gilles de la Tourette (1857-1904) descreveu pacientes que tinham compulsão de enunciarem palavrões, especialmente referências a fezes. A coprolalia, este fluxo de temas fesceninos e agressivos, escapa ao controle.
Além de uma síndrome generalizada de Tourette, noto a vontade de classificar mais do que entender. Definido se o autor é X ou Y, encerra-se a discussão. Basta dizer que ele é, por exemplo, conservador ou socialista. Nada mais preciso pensar da obra.
É preciso reforçar que o talento e a criatividade têm pouca exclusividade política ou biográfica. Portinari e Jorge Amado eram gênios na pintura e na escrita. Também foram devotados comunistas. Jorge Luis Borges mudou a maneira de pensar a literatura mundial. Era racista e achava a ditadura de Francisco Franco muito boa. Oscar Niemeyer mudou a noção de arquitetura do século 20. Era adepto do marxismo. Shakespeare, do ponto de vista político, era bastante conservador e desconfiava da participação popular. Descartes e Pascal eram religiosos; Bertrand Russel e Diderot, ateus. Picasso e Hemingway eram sedutores quase agressivos de mulheres. Nelson Rodrigues não era, exatamente, um feminista. O pintor Francis Bacon, o músico Schubert e o economista J. Keynes tinham vida ou desejo homoeróticos. O que eu quero dizer: no momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte. Fixar-se no estereótipo parece ser um recurso de certa estreiteza analítica. Tanto a maestria pode estar presente num indivíduo detestável como a mediocridade pode aflorar no mais engajado lutador dos direitos dos filhotes de foca.
Respondo raramente a críticos agressivos. Basicamente por falta de tempo e também por acreditar ser um direito de todos a manifestação com liberdade, dentro dos limites da lei. Internet funciona como terapia para muitos. Sempre recomendei que as pessoas fossem comedidas não por humildade, porém por vaidade, já que atacando alguém eu falo tanto de mim e dos meus medos que a prudência impõe certo silêncio obsequioso. Poucas coisas desnudam tanto minha alma como o ataque. Podemos sempre evitar o texto de quem discordamos. O impossível é evitar a nós mesmos.
Eis fevereiro entre nós. Hoje, chego ao meu verão de número 54. Nunca havia percebido a vida tão fascinante como agora. Melhorei muito porque tive bons críticos ao longo dos anos. Ajudaram-me a superar mazelas e lacunas. Agradeço a eles. Desejo paz aos outros julgadores. Estou com pouco tempo para odiar..." 

Em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,insulto-logo-existo,70001648362
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PAULO FREIRE
"O processo de aprender pode deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente que pode torná-lo mais e mais criador".

"Esta passagem bem ilustra o o primeiro capítulo do livro Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire, obra em que o autor expõe a via de mão dupla que é o processo educacional, onde quem ensina aprende  e quem aprende também ensina. 

 

Mais que transmissor de conhecimento, o professor deve ser um catalizador do senso crítico, deve fazer aflorar a curiosidade em cada um de seus discentes. Neste sentido, não há verdade absoluta. Cada verdade obtida por uma nova descoberta deve estar disposta a ser superada por outra que lhe advenha e melhor se encaixe no contexto a ser desvendado. Este 'novo' só poderá surgir a partir do momento em que se estimule a capacidade de fazer diferente, de fazer mais e melhor, sob o risco de ficarmos estagnados em relação aos conhecimentos necessários para a evolução da nossa espécie.
  É claro que não trata-se de uma aventura de olhos vendados ao desconhecido. Buscar o novo exige metodologia e pesquisa dentro de padrões que garantam a excelência do retorno pretendido. Para dar clareza a essa ideia, sinto-me obrigado a citar outra passagem deste magnífico manual da educação, permita-me: "Pensar certo demanda profundidade na compreensão e interpretação dos fatos. Não é possível mudar e fazer de conta que não mudou. Coerência entre o pensar certo e o agir certo. Não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda, assumir a mudança operada".
  Outro ponto abordado é a importância de se dar as ferramentas necessárias para que o aluno construa seu próprio conhecimento, que não seja apenas um personagem passivo na construção de sua própria história. Assim, ser ativo neste processo em muito aumentará sua visão de mundo, sua cultura, enfim, suas possibilidades. É o deixar de ser apenas objeto para ser também sujeito da história. 
  Esta independência e autonomia dada ao discente é uma forma de respeito à sua dignidade e capacidade. Como bem sugere o título do livro aqui analisado,  Pedagogia da Autonomia nada mais é do que dar autonomia aos sujeitos envolvidos no processo.Não somos seres prontos e acabados, estamos sempre dispostos a mudanças, ao novo e ao aperfeiçoamento. Sendo coadjuvantes na busca do conhecimento conquistaremos uma base sólida que em muito facilitará este processo de evolução. "

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